Brasília - A Universidade de Brasília (UnB) está elaborando edital para licenciar um ventilador que auxilia no tratamento da insuficiência respiratória de bebês prematuros. O novo equipamento foi desenvolvido nos últimos dois anos pelo Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT). O projeto teve a participação de 35 pesquisadores de saúde, engenharia mecânica e engenharia elétrica. A empresa que comprar a licença poderá fabricar o equipamento e explorar comercialmente sua distribuição.
O aparelho poderá ser usado em unidades de tratamento intensivo (UTIs) e salas de parto, em crianças recém-nascidas prematuras que apresentem dificuldades respiratórias. O ventilador faz pressão nos pulmões e libera o oxigênio. O aparelho adapta dispositivos respiratórios e a técnica conhecida como Cpap (Continuous Positive Airway Pressure que, na tradução livre, seria pressão positiva contínua nas vias respiratórias) para as dimensões físicas de um bebê. O Cpap é um aparelho mecânico que tem o objetivo de manter os pulmões dilatados, para que se encham de ar.
Segundo o gerente de projetos do CDT, Egmar Alves da Rocha, o custo do ventilador, estimado em até R$ 6 mil, é cerca de quatro vezes menor do que o dos ventiladores convencionais e poderá ser acessível a hospitais de cidades do interior, com menos recursos terapêuticos. "O projeto reduz o custo de forma drástica e isso dá a possibilidade de difundir a tecnologia e socorrer uma infinidade de recém-nascidos", afirmou.
O aparelho dispõe de um mecanismo, que ativa a bomba de pressão, e de um computador que monitora a liberação de ar, o volume de oxigênio, a umidade e os sinais vitais. Rocha alerta que é necessário capacitar o agente de saúde que for usar o ventilador. "Tendo treinamento adequado, o equipamento pode ser usado em condições diversas".
De acordo com Rocha, o ventilador é um dos 90 projetos em andamento no CDT. Criado para desenvolver pesquisas, serviços e produtos em parceria com empresas privadas, o CDT comemorou nesta quinta-feira 25 anos de funcionamento. "Estamos abertos à sociedade. A universidade não é uma porta fechada, é fácil acessar o conhecimento que está na universidade. A empresa sabe o que o mercado está querendo e a universidade sabe o que tem que ser feito para que aquilo seja produzido de forma adequada".
Fonte: O estadão.com
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