19 de nov. de 2011

Cromoblastomicose e suas relações clínicas

A cromoblastomicose constitui uma dermatose parasitária, de aspecto polimorfo, com localização geralmente nos membros inferiores, apresentando-se sob a forma de nódulos ou verrugas que posteriormente podem ulcerar, terminando, quase sempre, por hiperacantose e hiperceratose, um aumento excessivo na produção de queratina nos tecidos atacados.
Figura 1

O parasito ou os parasitos, agentes da cromomicose, apresentam-se nos tecidos lesados sob a forma de elementos esféricos ou ovóides (corpos muriformes), alguns em filamentação, com coloração marrom ou fuliginosa característica (Figura 1). A reprodução nos tecidos faz-se quase sempre por cissiparidade (divisão binária) e não por brotamento, como mostra a figura abaixo. 

Reprodução por cissiparidade ou Divisão binária

As lesões da cromoblastomicose compreendem um grupo bem homogêneo, tanto pela localização como pelos sintomas, mas, do ponto de vista micológico, tem sido objeto de numerosos estudos, não se estabelecendo, ainda, ponto de vista uniforme a respeito da nomenclatura do agente ou dos agentes etiológicos dessa micose.





Segundo Barbosa da Silva até 1955, haviam sido registrado no Brasil cerca de 170 casos de cromoblastomicose, deixado o Brasil como o país predominante em casos de cromoblastomicose seguindo-se de Madagascar. Ocorrendo numa faixa etária de 21 a 40 anos, predominam dos casos dessa micose profunda principalmente em trabalhadores rurais, onde o fungo é inoculado nos membros inferiores através de cortes com pedaços de madeira em decomposição e espinhos.
Diversos fungos são capazes de produzir lesões cutâneas com aspecto verrucoso, mas, quando falamos em cromoblastomicose, queremos nos referir a um grupo de micoses bem individualizado, do ponto de vista clínico, anatomopatológico e micológico. Os principais fungos que causam a cromoblastomicose são: Phialophora verrucosa, Fonsecaea pedrosoi, Fonsecaea compacta e Cladosporium carrionii. Porém, outros fungos demácios podem causar a cromoblastomicose, como foi descrito por Padhye et al. (1996), como por exemplo: Exophiala spinifera.

Cladosporium carrionii

Fonsecaea compacta

Fonsecaea pedrosoi

Phialophora verrucosa

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