“Há vários estudos sendo feitos. No Centro do Genoma a gente faz pesquisas que chamamos de pré-clínicas, ou seja, nós estamos injetando células-tronco de diferentes modelos em animais, com resultados bem interessantes”, afirma a professora.
Ao contrário das demais células, as células-tronco possuem grande capacidade de transformação. Elas são encontradas em embriões, no cordão umbilical e em tecidos adultos, como o sangue, a medula óssea e o trato intestinal. Outra característica é a capacidade de autorreplicação, ou seja, de gerar cópias idênticas de si mesmas.
No Brasil, a Lei de Biossegurança aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em maio de 2008, autoriza a realização de pesquisas com células-tronco adultas e embrionárias, porém impõe certos limites. No caso das CTE, só podem ser pesquisados os embriões estocados em clínicas e considerados excedentes, por não serem colocados em útero, ou inviáveis, por não apresentarem condições de desenvolver um feto.
Já as células-tronco chamadas mesenquimais (CTM) têm o potencial de formar vários tecidos importantes, como músculo, osso, cartilagem e tecido adiposo e estão presentes em grande quantidade no tecido do cordão umbilical. Mas foram as células IPS (Induced Pluripotent Stem-cells, em inglês) que se tornaram uma espécie de “coringa” das pesquisas.
Em 2007, dois grupos independentes de pesquisadores japoneses e americanos mostraram que seria possível reprogramar células adultas – fibroblastos retirados da pele – e fazê-las voltar ao estágio de células-tronco embrionárias, por meio da ativação de alguns genes. A técnica, iniciada em camundongos, foi posteriormente replicada com células humanas e hoje é rotina em vários laboratórios ao redor do mundo.
Novas fontes de células-tronco
A equipe do Centro de Estudos do Genoma Humano também descobriu novas fontes de células-tronco. A primeira foi obtida do músculo orbicular do lábio. Os pacientes portadores de fissura lábio palatina, normalmente chamada de lábio leporino, precisam realizar uma cirurgia corretiva. Neste procedimento, pequenos fragmentos do músculo orbicular do lábio são regularmente descartados e, a partir deles, células podem originar osso, cartilagem, músculo e gordura “in vitro”.
Esta nova fonte de células-tronco poderá ser utilizada para a realização de enxertos ósseo alveolares nos pacientes portadores de fissuras lábio palatinas, eliminando a necessidade de remover osso do próprio paciente para realização do enxerto, e abrindo novas perspectivas para a terapia celular em regeneração óssea. Outra fonte descoberta por acaso é a trompa de falópio, também descartada em cirurgias de esterilização.
“Os estudos são muito promissores, mas ainda não permitem a aplicação em seres humanos. Há esperanças, mas por enquanto, não é possível definir prazos”, afirma.
Fonte: Portal do Biomédico!
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