Tipagem sanguínea em tubo de ensaio

 

Existem duas formas de se fazer a tipagem sanguínea do sistema ABO: em lâminas ou tubos de ensaio. 
Quando essa é feita em lâmina há um grande risco de o resultado dar errado. Veja alguns motivos:

• Pode não haver uma equivalência entre o soro e o sangue. Às vezes há mais antígenos do que anticorpos, ou vice versa. Isso interfere direto no resultado. No tubo as chances de isso acontecer são menores já que é feita uma diluição com salina.
• O encontro, na lâmina, de antígeno e anticorpo occore ao acaso, portanto pode haver falta de aglutinação porque não houve uma homogeinização correta. No tubo a homogeinização é feita na centrífuga, o que diminui a chance de não acontecer o encontro.

Como fazer a tipagem em tubo de ensaio

Faz-se uma diluição com solução salina (0.9% NaCl)Depois, distribui-se 50μl em cada tubo (no caso três) e coloca-se uma gota de cada soro (A, B e D) *Uma gota do soro equivale a 50μl. 
  

Agora centrifuga-se por 30 segundos. *Dica: Como sobrou um tubo que estava com a diluição, use-o para equilibrar a centrífuga, já que ele também tem 50μl.

Se houver aglutinação: Ficará no fundo do tubo um concentrado de hemácias. Vire o tubo aos poucos e olhe contra seu jaleco. Se não formar um fio é porque aglutinou.

Se não houver aglutinação: Fazendo o mesmo processo citado acima, se formar um fio quando estiver virando aos poucos é porque não aglutinou.

Essa é a maneira mais confiável de fazer uma tipagem sanguínea. O problema é que, além de demorar mais do que na lâmina, o custo é maior, pois usa-se tubos, centrífuga e solução fisiológica.

Mas, na prática é muito diferente. Muitos laboratórios ainda fazem o ensaio em lâminas.

Esses dias, um cara do exército fez uma tipagem com nosso professor em tubo e deu diferente do que ele pensava que fosse. Na farda dele estava escrito um, mas na verdade era outro; olha só o perigo.

Fonte: Biomedicina Padrão (postado por Bruno Câmara).